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Capa antológica

  • Foto do escritor: Flávio Adriano
    Flávio Adriano
  • 22 de mar. de 2018
  • 2 min de leitura



A melhor capa que já fizemos do Aqui PE (na minha época, é claro!) nasceu num daqueles dias em que nada acontece na cidade. Um dia morto mesmo. O negócio estava tão morgado que, já passavam das 16h, e nada de surgir a danada da manchete... Mas eu sempre botei na cabeça que não adianta arrancar os cabelos porque o jornal vai sair do “forno” de qualquer jeito. É só tentar manter a calma.


Foi quando me lembrei que o cantor e compositor Belchior continuava desaparecido e que poderíamos tirar algum proveito dessa história. Mas o quê? O povo da Redação chegou a propor que o Aqui PE poderia oferecer R$ 1 mil ao leitor que achasse o artista. Achei interessante, mas vi que a oferta estava bem “salgada” para nossa realidade. Afinal, até parece que a direção do jornal iria desembolsar essa quantia para pagar um leitor... Então chegamos a um consenso: uma grade de cerveja cairia bem, já que, se o jornal não quisesse pagar, a gente da Redação bancaria do próprio bolso. Veja só que loucura! Pois bem, estampamos a manchete “A gente paga uma grade de cerveja pra quem achar Belchior” e vendemos a edição nas ruas como água. A capa fez tanto sucesso que, quando acharam o homem, fomos citados no editorial da Folha de S. Paulo e na reportagem especial do Fantástico sobre o caso.


Diretores do jornal “enlouqueceram” de felicidade com aquela publicidade gratuita. Foi tanto telefonema que recebi que só faltei endoidar de verdade. Mas como promessa é dívida, tínhamos que pagar a geladinha à repórter global Sonia Bridi, a responsável por descobrir o paradeiro de Belchior. Consegui o telefone dela e liguei para combinar a entrega. A jornalista não se aguentou de tanto rir do outro lado da linha quando contei toda a história. Como ela mora distante, combinamos de entregar as cervejas aqui mesmo no Recife à amiga e também jornalista Beatriz Castro, que se comprometeu em repassar a mercadoria a Bridi. Deu tudo tão certo que o fato ainda rendeu uma outra manchete memorável: “Para provar que não somos xexeiros!”.

 
 
 

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