Caí em um trote na Redação do JC
- Flávio Adriano
- 4 de abr. de 2019
- 2 min de leitura

Em janeiro de 1998, fui ao Sertão do estado para ajudar na produção do caderno especial do JC para o Campeonato Pernambucano de Futebol daquele ano. Ao chegar em Serra Talhada, na terra do lendário Lampião, dei de cara com a total falta de estrutura do Ferroviário, time que tinha acabado de subir à Primeira Divisão do Estadual. O atletas dormiam em acomodações inapropriadas, bebiam água um pouco escurinha, caminhavam (alguns descalços) cerca de 2km para treinar e ainda lavavam uma ‘tuia’ de roupa toda semana.
Então resolvi fazer uma matéria para mostrar a triste situação da equipe sertaneja. Na capa do jornal, saiu uma foto com o lateral Zanata carregando uma trouxa de roupa na cabeça. Parecia uma lavadeira! Depois que chegou nas bancas, a publicação deu o que falar. Os dirigentes do Ferroviário se arretaram tanto que queriam até me “pegar” aqui no Recife. Soube até que falaram: “Aquele grandão todo sorridente enganou todo mundo aqui. Deu uma de atencioso, mas acabou lascando a gente com essa matéria!”.
Sabendo disso, o companheiro de Redação Carlyle Paes Barreto foi ao orelhão que tinha na antiga Redação do JC e ligou para o ramal que estava ao meu lado.
- Alô?!
- Alô?!
- Gostaria de falar com Flávio Adriano.
- Tá falando com ele. Quem deseja?
- Aqui é Zanata, do Ferroviário.
- Ôpa, Zanata! Tudo bem?
- Tudo bem uma porra, seu safado!!! Com aquela sua matéria eu acabei demitido! Eu vou acabar com você, com a sua vida e com todos da sua família!!!
Na mesma hora, coloquei a mão no telefone e gritei bem alto pedindo “proteção” ao então subeditor e grande mestre José Neves Cabral:
- Socorro, Zéééééé!!!!
E a risadagem foi geral na Redação...
OBS.: aproveito aqui para dar os parabéns ao vovô JC e à jovem Folhinha pelos aniversários de 100 e 21 anos, respectivamente.
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