Confundido com terrorista
- Flávio Adriano
- 21 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

O medo de ataques terroristas na Europa é tão grande que acabou sobrando para um jovem brasileiro. E essa história eu vi bem de pertinho quando estava em Munique cobrindo o segundo jogo do Brasil na Copa de 2006, mais precisamente contra a Austrália. O estudante paulista Luiz Keppe Nogueira, então com 20 anos, estava no centro da cidade procurando um albergue para se hospedar. Foi quando pediu a uma atendente de uma loja da Coca-Cola para que guardasse a sua mochila enquanto não achasse um local para ficar. Foi a partir daí que a confusão começou.
Ao sair da loja, chegaram ao local o namorado e um amigo da atendente. Desconfiados com aquela atitude do brasileiro, resolveram chamar a polícia porque achavam que dentro da mochila poderia haver uma bomba. Depois que achou o albergue, Luiz Keppe, que estava fazendo turismo pela Europa há quatro meses, voltou à loja para recuperar a sua bolsa. Quando chegou ao quarteirão do estabelecimento, notou que tudo estava interditado pela polícia. “Foi então que vi a minha bolsa num local separado e fui logo tentar esclarecer tudo para eles”, conversou na época comigo o estudante.
Keppe lembrou que, só depois de muita conversa, a polícia acabou o liberando juntamente com a “bomba suspeita”. “Eles perguntaram o porquê de eu estar na Alemanha e onde eu morava. Quando disse que era brasileiro, caíram na gargalhada e me liberaram. Logicamente, tudo isso após pedirem o meu passaporte”, afirmou Keppe.
Questionado por mim o motivo de tanta desconfiança com ele, o brasileiro respondeu quase se mijando de tanto rir: “Vai ver que é por causa dessa minha cara de muçulmano. Não vejo outro motivo. Depois desse mal entendido, tanto os policiais quanto o povo da loja da Coca-Cola me pediram mil desculpas. Esse fato me deixou assustado, mas agora dá até para me divertir contando pra todo mundo. Sem dúvida alguma, rende até um livro”. Se rende um livro eu não sei; o certo é que já rendeu uma matéria na Folha de Pernambuco e uma crônica aqui no blog.
Comments