E o cartola fumaçou de raiva...
- Flávio Adriano
- 4 de out. de 2018
- 2 min de leitura

Teve um tempo em que, toda vez que o então editor de Esportes da Folha de Pernambuco, o companheiro Beto Lago, viajava, eu era o escolhido para assumir interinamente a coluna diária do caderno. Era muito legal! Mas, numa das vezes, passei por um perrengue arretado. Tudo porque eu havia questionado à presidência do Santa Cruz sobre “o que tinha feito com o 1 milhão de dólares da venda do atacante Grafite". Era e ainda é dinheiro que só a gota! Enquanto isso, o Tricolor do Arruda continuava na pindaíba que todo mundo já conhece.
Assim que cheguei na Redação, recebi o recado de que alguém, que preferiu não se identificar, queria falar comigo. Disseram que a pessoa do outro lado da linha parecia que estava fumaçando de raiva. Pensei então comigo: lascou de vez! Mas o dia continuou…
Quando chegou o final da tarde, o telefone tocou novamente e, desta vez, atendi. E aí, tomei susto danado com aquela voz estrondosa:
- Alô! Quero falar com Flávio Adriano!
- Tá falando com ele. Quem é, por favor?!
- Aqui é o presidente do Santa Cruz…
- Opa, presidente! Tá tudo bem?
- Tudo bem nada! Eu tenho mais de 50 anos de vida pública, e ninguém nunca ousou me chamar do que você me chamou hoje!
- E eu o chamei de quê?!
- De ladrããããããão!!!!!
- Olha, presidente! O senhor está enganado! Veja se tem essa palavra aqui no comentário…
Peguei a coluna e a li de cabo a rabo. No final falei:
- Viu que não tem nada disso? Tentei falar com o senhor ontem, mas não consegui em nenhuma das tentativas.
- Foi?!
- Foi. Mas como o senhor ligou agora, vou aproveitar para pegar a sua versão sobre o fato. Pode ser?
- Com certeza!
E foi assim que eu consegui domar a fera, porém continuei sem saber direito o que foi feito com aquela grana toda. Coisas do nosso futebol...
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