Nunca tolerei a intolerância
- Flávio Adriano
- 11 de out. de 2018
- 2 min de leitura

Nunca tolerei a intolerância. Tampouco o fascismo e a falta de democracia e respeito. Mas durante esses anos todos de estrada no jornalismo, tive que ficar algumas vezes cara a cara com um povo que segue a mesma linha do Capitão Bozo. Não foi nada fácil, porém usei a arte de saber lidar com os contrários (como disse o próprio Lula no livro “A verdade vencerá – o povo sabe por que me condenam), algo que essa turma do lado de lá não tem a mínima noção.
Lembro que, certa vez, no papel de jornalista comprometido com a verdade, fiz críticas a um clube de futebol local. Ao ler o jornal, um cartola me chamou no canto e perguntou, de maneira bem fria, se eu gostava da minha família. Tudo para querer me intimidar. Respondi que sim, dei as costas e continuei fazendo o meu trabalho de forma digna e honesta. Graças a Deus, nada aconteceu à minha família.
Outra vez, um outro dirigente local ligou pra mim e disse:
- Tudo bom, Flávio?!
- Tudo bem.
- Você está batendo demais na gente. Que tal ganhar um salário de R$ 4 mil todo mês, mas parando de bater na gente, hein?! Você é recém-casado e deve estar passando por dificuldades financeiras…
Aí eu não tive dúvida alguma ao responder:
- Obrigado pela sua preocupação comigo e com minha família, mas não vou aceitar nada disso. Tenho um nome a zelar e não vou decepcionar as pessoas que realmente gostam de mim, principalmente minha mulher, meu filho (na época, Huguinho ainda não tinha nem nascido, apenas Pedrinho), meus pais, meus irmãos e meus amigos.
Desliguei o telefone com a consciência tranquila. Apesar dos cartolas continuarem putos da vida comigo, o respeito por mim só fez aumentar. Então, a luta contra a intolerância e o fascismo, e a favor da democracia e do respeito vale a pena não só no futebol. Vale a pena na política, na vida...
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