O dia em que Demônio Negro voou do ringue
- Flávio Adriano
- 8 de nov. de 2018
- 1 min de leitura

Não existia nem UFC. O que rolava era vale-tudo mesmo. Octógono?! Que nada! O cacete comia no ringue! No início de 1998, fui escalado pelos mestres Lenivaldo Aragão e José Neves Cabral para cobrir pelo JC um evento desse esporte que já estava se tornando febre. Logo quando cheguei à Picanha da Adega, em Boa Viagem, fiquei impressionado com o joelhaço que um lutador levou que abriu a boca dele todinha. Parecia mais um filme de terror!
Mas nada me assustou tanto quanto o brasileiro da luta principal. Um negão de uns dois metros de altura com cara de mau. Parecia até que saía fumaça das ventas dele. O nome do dito cujo fazia jus a esse meu medo: Demônio Negro!
A imprensa entrevistou o cara antes da luta, e ele foi logo disparando com uma voz de monstro e o olho todo arregalado: “Meu nome é Demônio Negro! Vou matar, trucidar, transformar em picadinhos o meu desafiante. Quem não tem estômago que vá embora. Porque o massacre aqui hoje vai ser horrível!”.
Quando o adversário apareceu, eu pensei: coitado! Era um americano, baixinho, meio gordinho e com uma cara de qualquer coisa, menos de lutador de vale-tudo. Foi só o sino tocar para eu e toda a plateia mudar de opinião. O baixinho deu um cacete no Demônio Negro que o metido a valentão voou do ringue e foi parar no meio da galera enlouquecida. Isso em apenas 15 segundos. De medo passei a ter pena do coitado… Mas quem mandou subestimar o baixinho?
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