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Pense na torada de aço!

  • Foto do escritor: Flávio Adriano
    Flávio Adriano
  • 19 de abr. de 2018
  • 1 min de leitura

O Sol não tinha nem nascido direito. Era uma quinta-feira de janeiro de 1998. Estávamos eu, o fotógrafo Pedro Luiz e o motorista Seu Gerson, todos do Jornal do Commercio, em viagem pelo Sertão para produzir matérias do caderno especial do Campeonato Pernambucano de Futebol daquele ano. Saímos de Serra Talhada a caminho de Petrolândia às 6h e pegamos a estrada que dá em Floresta. A gente não se tocou que, um mês antes, uma equipe de reportagem do mesmo JC saiu fugida da região por causa de uma série de reportagens sobre tráfico de drogas. Tanto que o nosso carro estava todo adesivado com o nome do jornal.


Pois bem, lá pelas tantas, um veículo todo preto com cinco homens com caras de poucos amigos emparelhou com o nosso por uns dez segundos. Eu e Seu Gerson ficamos calados, só observando de beiradinha de olho e rezando para que aquele povo desaparecesse logo. Pense na torada de aço! Faltou pouco para eu não melar as calças. Enquanto isso, Pedro Luiz dormia como um anjo no banco traseiro.



Até que o carro preto acelerou de vez e desapareceu da nossa visão. Que alívio, viu?! Quando Pedrão acordou e nós contamos toda a história, ele se arretou e veio com essa: “É lasca! Eu queria que esse povo tivesse nos sequestrado. Já pensou a matéria depois? Ganharia até o Prêmio Esso!”. Eu olhei pra Seu Gerson e respondemos em coro: “Prêmio Esso um c...!!!”

 
 
 

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