“Roubamos” a taça errada!
- Flávio Adriano
- 21 de fev. de 2019
- 2 min de leitura

Vida de jornalista é mesmo uma dureza. Trabalha demais, vive liso, tem pouco tempo com a família e o único esporte que pratica é levantamento de copo (eu era até “musculoso” por isso). Religião então… O companheiro Álvaro Filho me disse certa vez que, por causa da agenda apertada, o jornalista só consegue ir a um centro espírita depois que morre. É pauleira, companheiro! Até que um dia surgiu o convite para a editoria de Esportes da Folha de Pernambuco montar um time para participar da Copa Imprensa de Futebol Society, na Cia do Futebol, em Boa Viagem.
Mesmo com as silhuetas arredondadas, a rapaziada do jornal topou o desafio na hora. O que o amor pelo futebol não faz. Com camisas apertadas que dava até para aparecer o bucho de alguns “atletas” em campo, o time da Folhinha surpreendeu e já conseguiu logo os três pontos na estreia. Com certeza, a vitória teria sido muito mais comemorada se não fosse por W.O. Não faz mal. Afinal, três pontos são sempre três pontos em qualquer lugar.
A nossa grande promessa era, sem dúvida, o goleiro Frederico Kataoka. Nos treinos, o “japa” agarrava até pensamento. Era um paredão! Porém, começamos a ver que o nosso goleiro era muito melhor dando uma de Bruce Lee, quando realmente enfrentamos o primeiro adversário na bola. Foi um vareio… deles na gente. Perdemos de 6x0 com direito até a alguns gols tomados à Valdir Peres, aquele goleiro da Seleção de 82, lembra?
Apesar do fiasco, tenho a obrigação de defender o meu amigo Kataoka porque, várias vezes, ele se via cara a cara com os atacantes adversários e nada podia fazer. Os “bolotas” do nosso time pareciam até um bando de baratas tontas dentro das quatro linhas. Eu, por exemplo, jurava que estava carregando mais de 1 tonelada em cada perna. Eita desgraça da gota serena! O nosso time continuou perdendo, perdendo, perdendo...e, mesmo assim, terminou a competição em quarto lugar, graças àqueles três preciosos pontos conquistados na estreia.
Quando a competição acabou, fomos bater um “bolão” no levantamento de copo. Lá pelas tantas, resolvemos “roubar” a taça de campeão só para bater uma foto e mostrar para o povo da Redação. Só que, na hora da pressa, o companheiro Neto acabou pegando a do vice-campeão. Nem aí tivemos competência. A gozação foi total e até a gente não aguentou de tanto rir. Foi uma onda! O negócio então foi admitir o nosso lado perna-de-pau e voltar à Folha para continuar fazendo na época o melhor Caderno de Esportes de Pernambuco. E nisso nós éramos craques (além do levantamento de copo, é claro!).
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