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Suquinho de acerola

  • Foto do escritor: Flávio Adriano
    Flávio Adriano
  • 5 de fev. de 2018
  • 2 min de leitura


Quando eu era setorista do Santa Cruz, há muitos anos, aconteceu uma história comigo que é motivo de risadagem pra todo mundo que a ouve. Saiu até num livro escrito pelo meu amigo Marcelo “Chuck” Cavalcante! Pois bem, todo santo dia a comissão técnica tricolor preparava algum suco rico em vitamina C para dar aos jogadores, sempre no final dos treinamentos. Até os companheiros da imprensa podiam tomar um copinho. Eu disse um copinho. Mas só que, numa certa vez, esse jornalista que vos fala tinha tomado umas cervejinhas a mais na noite anterior e, por isso, chegou ao Arruda cheio de ressaca. E quando a gente tem essa danada, a sede é “monstra”. Dando de cara com aquele suquinho de acerola bem forte, não pensei duas vezes: tomei um copo, dois, três. Parecia até que tinham preparado tudo aquilo só pra mim. Que sensação gostosa de alívio. Tanto que me desliguei do mundo completamente, ao ponto de nem me tocar que aquilo ali não era para a imprensa, e sim para os atletas corais. Mas enquanto eu viajava naquele delicioso suquinho e me preparava para o quarto copão, escutei um grito que chegou a me assustar. Só deu para perceber que vinha do gramado. “Ei rapaz, que é que você está fazendo aí?”. Ao me virar, dei de cara com o técnico Givanildo Oliveira, com as mãos na cintura e com uma cara de pouquíssimos amigos (algo não muito difícil de acontecer). Nessa hora, gelei e a ressaca voltou com tudo. “Como é que é: vai beber tudo ou vai levar pra casa, hein?”, questionou de forma mais dura o velho Giva. A minha única saída foi deixar o copo no lugar e sair de fininho. Coincidência ou não, a partir do outro dia, o recipiente do suco ficou guardado lá do outro lado do gramado e com direito até a um sujeito com cara de segurança na retaguarda. E enquanto Givanildo continuou no Santa, a imprensa nunca mais tomou aquele delicioso suquinho. Sinceramente, não sei como está hoje. Vou até perguntar para os setoristas atuais. O certo é que, apesar da cara carrancuda, Giva é gente boa. Quem sabe, qualquer dia desses, eu não tome outro copão daquele ao lado dele? Acredito que esse dia vai chegar. Será que acredito em duende? Só o tempo dirá...

 
 
 

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