Tá lá um corpo estendido no chão...
- Flávio Adriano
- 26 de abr. de 2018
- 1 min de leitura
Já passava das 22h, quando o carro da Folha de Pernambuco saiu do jornal para deixar alguns funcionários em casa. Todos cansados e “doidos” para chegar em casa e cair na cama. Como sempre fui grandão, estava no banco da frente ao lado do motorista. Quando passamos na Rua Carlos Gomes, bem pertinho do Baile Perfumado, no Prado, avistei um corpo deitado no asfalto coberto por um lençol. “Alguém morreu!”, falamos em coro. Ao redor dele, algumas pessoas - umas sentadas, outras em pé. Por conta da chuva fina e do breu na rua, aquilo mais parecia um filme de terror. Na época, a Folha era conhecida por ser um jornal do tipo “espreme que sai sangue”. Também pudera! A página 12 era recheada de assassinatos com corpos sem cabeça e por aí vai. Justamente por conta dessa fama, quando o nosso carro se aproximou da cena, o “cadáver” tirou o lençol do rosto e gritou: “Ei, eu num tô morto não! Apenas me acidentei, e o povo me arranjou esse pano para eu me proteger da chuva até a chegada da ambulância. Não me bota no jornal não, visse?!”. E a gente foi se mijando de tanto rir até em casa...

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