Vergonha foi aquela dentro do banco
- Flávio Adriano
- 7 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Comecei a estagiar ainda no primeiro período de Jornalismo. Foi na BBTur, empresa de turismo do Banco do Brasil. Por ser muito novo e, por isso, sempre querer mostrar serviço, eu me prontificava a fazer todo tipo de tarefa, inclusive o que não tivesse nada a ver com a minha área. Tanto que pedi para ajudar no carregamento de alguns materiais que a empresa iria levar ao Centro de Convenções de Pernambuco, já que lá haveria um stand da BBTur num evento nacional de turismo.
Como era garoto Zona Sul, todo torado e sem bucho ainda, peguei logo um vaso de palmeira que pesava uns 50 quilos. Ao chegar à frente do elevador, o meu chefe olhou pra mim e para um senhor que estava ao meu lado e fez um sinal de OK. Pensei então que aquele desconhecido era o motorista da van que levaria todo o material para o evento. Então entrei no elevador com ele e passei a segui-lo.
O que achei estranho é que, ao sair do prédio, o cara pegou a calçada normalmente e entrou na agência do BB que ficava no mesmo prédio, só que com a entrada do outro lado da rua. E eu o seguindo, já cambaleando, com aquela palmeira fuderosa de pesada nos meus braços. Parecia um desfile de escola de samba. De repente, o homem parou numa fila de caixa eletrônico. Parei atrás dele e resolvi perguntá-lo: “Deixo essa palmeira em que lugar?”. O danado respondeu: “E eu sei lá!”. Aí emendei: “O senhor não é o motorista da van não?”. E ele, já aos risos: “Nunca!”.

Quando olhei para trás, toda a agência parou para ver aquela cena ridícula. Tive tanta vergonha que fui saindo de fininho para “ninguém me notar”. Até parece que ninguém me notou, né?! Ao deixar aquele peso na van e retornar à BBTur, os meus braços tremiam tanto por conta do esforço que eu passei o resto do dia sem conseguir fazer uma notinha sequer na máquina de escrever. Máquina de escrever?! Putz, acabei me entregando...
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